quarta-feira, 31 de julho de 2013

O MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS 2013 (2) - NÃO É BANDA DESENHADA MAS... QUASE



MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS 2013 - 2

AS FOTOS
PARTE 2

 

A dança de Rita Fontes:

Fomos ao jantarinho numa das tabernas: uma espetada, uma febra, com arroz de feijão e migas de pão de milho, mais um jarrito de tinto. Claro que o feijão e o milho estão aqui fora do contexto, uma vez que eram produtos que não existiam na Europa medieval - só foram trazidos das Américas depois de 1500. Assim como o tabaco do cigarro da "senhora condessa" na foto abaixo...

Na taberna onde jantámos havia balcão aberto para o palco dos músicos e dançarinos...

Como sobremesa, a Clara comeu uma fatia de pão de rala (doce conventual alentejano), eu fiquei-me pela bica - já agora esclareça-se que o café também não era conhecido na Europa medieval, só foi introduzido tardiamente pelos árabes (vindo da Etiópia), abrindo a primeira loja de café em 1475 em Constantinopla e, quase cem anos depois, em 1570, em Veneza... 

O balcão onde se realiza o Banquete Real, que no domingo, dia 4, terá lugar na Pousada do Castelo...



OS VÍDEOS




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terça-feira, 30 de julho de 2013

O MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS 2013 (1) - NÃO É BANDA DESENHADA MAS... QUASE


MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS 2013

São algumas dezenas as recriações de Feiras e Mercados Medievais que se realizam por todo o país durante a época de verão. Resolvemos este ano dedicar um post um pouco mais consistente ao XI Mercado Medieval de Óbidos (não é banda desenhada mas... quase), não só com a reportagem fotográfica, o que já fizemos em outras duas ou três oportunidades, mas agora dando também a conhecer quem torna possível estas recriações históricas. Para além das Colectividades que asseguram as Tabernas, também os profissionais das artes performativas que tornam tudo isto quase real. Parece-nos de elementar justiça “chamar ao palco” toda esta gente pelos seus nomes.

Desde 2002 que Óbidos mergulha no tempo e a Vila transforma-se num verdadeiro palco da história. Lembremos que o nome da vila, Óbidos, deriva do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada» e que, por decreto de Salazar (de 5 de Janeiro de 1951), toda a vila – dentro das muralhas – foi classificada como Monumento Nacional passando a ser proibido demolir e construir novas edificações no interior das muralhas.

As Artes e os Ofícios são o ponto central do Mercado Medieval e a partir desta temática são elaboradas rábulas, personagens – senhores, damas, cavaleiros, mestres de juglaria, taberneiros, mercadores, aguadeiros, vendedores ambulantes e outros que tais – transportando o visitante para uma verdadeira Festa da História.

Outra das apostas da organização do Mercado Medieval é o maior envolvimento das gentes locais, que vai desde a estruturação da zona de Tabernas, onde participam numerosas Associações locais, à participação na Animação do evento.


AS COLECTIVIDADES
QUE PARTICIPAM ESTE ANO
NO MERCADO MEDIEVAL:

Agrupamento 753
Associação de Caçadores e Pescadores das Freguesias de Santa Maria, São Pedro e Usseira
Associação de Desenvolvimento Social da Freguesia de A-dos-Negros
Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Centros Educativos de A-dos-Negros e Gaeiras
Associação Espeleológica de Óbidos
Associação Josefa d'Óbidos
Associação O Socorro Gaeirense
A.R.D.C. Vauense
Bombeiros de Óbidos
Centro Social Cultural e Recreativo da Amoreira
Centro de Apoio Social e Cultural da Usseira
Rancho Folclórico "Os Populares"
Rancho Folclórico e Etnográfico da Capeleira
Rancho Folclórico e Etnográfico "Estrelas do Arnóia"
Santa Casa da Misericórdia de Óbidos
União Filarmónica de A-Da-Gorda

OS GRUPOS E OS PERFORMERS
QUE FAZEM ESTA RECRIAÇÃO MEDIEVAL:

Al Medievo – Os Al Medievo surgiram no início do ano 2010, têm um diversificado repertório instrumental e instrumental/vocal, da época medieval, ao qual imprime muita vitalidade, conseguindo, simultaneamente, criar distintas atmosferas musicais. Move-nos o gosto pelo vasto legado histórico-cultural medieval, com o qual pretendemos, sobretudo, fruir e fazer fruir de tão rica e peculiar música.

Albaluna – Os Albaluna são o renascimento de um projeto que tem vindo a ser desenvolvido desde 2008, Midgard. Com a necessidade de dar um novo passo os Albaluna são a concretização de um sonho transportado pela magia da música folk/tradicional/medieval. Este projeto integra músicos de várias áreas do universo musical e tem como máxima a "fusão" de ambientes e paisagens musicais. Partindo de instrumentos tradicionais de diversas partes do mundo e conjugando-os com a evolução dos instrumentos mais recentes surgem novas interpretações de repertório nacional e internacional. O percurso dos Albaluna passa já por um vasto território. No último ano a banda percorreu o país de Norte a Sul, tendo atuado nas ilhas (Açores e Madeira). A banda conta também com algumas prestações internacionais em Espanha, Itália, Lituânia e Alemanha.

ANYMAMUNDY – é um projecto independente vocacionado para artes do espectáculo, visa promover e inovar no âmbito das intervenções de rua, explorando espaços físicos, públicos e temáticas não convencionais aliando artes performativas ás artes plásticas.

ArtFalco – "Com a finalidade de sensibilizar e dar a conhecer a todos uma arte milenar que caíra no esquecimento, nasce a ArtFalco. Fundada por Miguel Gomes, nasce de uma paixão antiga pelo meio ambiente e pela necessidade de levar a Natureza até cada um, de forma lúdica e interactiva dando a conhecer as problemáticas e fragilidades de um ambiente que todos os dias é castigado por atitudes impensadas por parte de cada um de nós."

Associação Companhia Livre – A Associação Companhia Livre tem como objetivo a Recriação Histórica. Períodos Históricos : Século XIV – A crise 1383-1385; Século XII - Al- Andalus; Século XVII – A Restauração . Animação - Arqueiros - Artilharia - Cavalaria - Infantaria - Mesteres

Colibry – Somos da Mamarrosa, concelho de Oliveira do Bairro e distrito de Aveiro.
Tocamos em vários tipos de eventos, (Festas populares, arruadas, feiras medievais, e outros eventos temáticos).
O nosso trabalho consiste em tocar musicas populares/tradicionais e medievais, usando apenas instrumentos tradicionais e trajando indumentárias adequadas à temática do evento.
O grupo actualmente é constituído por 3 músicos, um gaiteiro e dois percussionistas.

Cornalusa – Aliando o som pungente da gaita de fole ao doce tinir das cordas, os Cornalusa fazem ressurgir, adequando a uma estética actual, melodias de tempos idos. Com composições ritmadas e harmoniosas, apresentam um espectáculo onde o movimento e a energia são uma constante.




Curinga – Surge no âmbito de atuar em recriações históricas, inspirando-se em personagens medievais como o Bobo, o Jogral, o Menestrel e o Trovador, e em melodias medievais provenientes da documentação existente. O grupo é especializado no entretenimento e diversão do público, por meio de uma abordagem atrevida e sagaz, capaz de criar no momento o elo entre o passado e o futuro.

Dulcyneias – O projecto Dulcyneias foi fundado no Mercado de Óbidos em 2012 por Catarina Strecht, Mónica Carina, Diana Felix e Ana Beatriz. O projecto afirma-se como teatro itinerante.
Com o seu estilo próprio e diferenciado pretende proporcionar a todos os interessados, momentos únicos de boa disposição e verdadeiro entretenimento recriando personagens do universo medieval.

Emad Selim – Comecei a dançar aos 16 anos.
Na Reda grupo, primeiro grupo de folclore onde aprendi tanoura e folclore, 1998 até 2006. Vim para a Europa tendo apresentado espectáculos na Holanda, Espanha, Itália Índia, China, Alemanha, Japão, América, Portugal e mais.
Fui professor de dança oriental em Lisboa, um ano de academia ,movimento para fitness, escola de ateneo, e Holmes place. Ganhei 1º premio de dança sufi em França, Paris festival de dança do mundo.

Espada Lusitana – A Associação Espada Lusitana consiste num grupo de praticantes de esgrima histórica e artística, que se dedica a recriações históricas, abrangendo desde a antiguidade clássica até aos nossos dias, enaltecendo os feitos dos homens e mulheres portugueses através da história. Este grupo dedica-se ao estudo da parte civil e militar, recriando o ambiente inerente à época.
Os elementos da Espada Lusitana estudam esgrima histórica/ artística e história militar com o professor João Miguel Dias Maia, que tem desenvolvido um longo percurso dedicado ao estudo e prática da esgrima e combate de época e à reconstituição histórica. Museu Militar, Liga dos Combatentes, Associação Napoleónica Portuguesa e Federação Portuguesa de Esgrima Histórica são algumas das várias instituições onde o professor João Maia tem desenvolvido o seu trabalho.

Gadilus – O grupo Gadilus nasceu no final do ano de 2012, o grupo manifesta uma forte ligação a toda a cultura musical Medieval deixada na Europa, adaptando às novas linguagens musicais da actualidade.
O grupo é composto por quatro elementos, todos eles oriundos da pacata vila de Gaeiras, freguesia das terras de Óbidos. A origem etimológica da Vila de Gaeiras diz-nos que "Gaeiras" lugares com grande abundância de gaios, Latim - "gaius" ou do germânico "gad-ilus", daqui o grupo vai buscar a sua terminologia para o nome que escolheu: "Gadilus".
Este na sua formação mais usual contempla dois músicos a tocar gaita-de-foles na parte melódica e dois músicos na parte rítmica da percussão.
Os Gadilus também têm uma vertente tradicional, tocando musicas tradicionais portuguesas das várias regiões de Portugal.
Podendo assim oferecer um espectáculo em qualquer âmbito ou em qualquer espaço.

Goliardos – O grupo Goliardos, originário de Gaeiras, concelho de Óbidos formado no ano de 2005 começou com três elementos e foi evoluindo até a formação atual de cinco.
O grupo Goliardos, procura desenvolver a música medieval e tradicional através da gaita de foles e de percussão, bem como outros instrumentos tradicionais e medievais.
Os Goliardos contam no seu reportório inúmeras músicas da antiguidade de diversos países da Europa, tais como, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, entre outros, bem como um vasto reportório tradicional, contando sempre um ritmo evoluído, e festivo. Já participaram em inúmeras ceias, feiras e mercados medievais, tais como, Óbidos, Valença do Minho, Belmonte, Penha Garcia, Canas de Senhorim, Silves, Vila verde, Penedono, Vila Chã de Ourique, Vila Franca de Xira, Castro Marim, Lourinhã, fora do seu país esteve presente em Finale Ligure (Itália), Rhodes (Grécia), Gerez de los Caballeros (Espanha) entre outros.

Jogralesca – O grupo Jogralesca reúne músicos com experiência nas áreas da “Música Antiga” (Idade Média e Renascimento) e da música tradicional. Constituiu-se em 2005 com o objetivo específico de realizar animações musicais em contextos de recriação histórica, tendo participado em feiras medievais, torneios e outros acontecimentos em diversas regiões do país.
Tem como princípio incluir nos seus programas apenas música composta durante os períodos a que se referem os eventos em que estes se integram. Utiliza réplicas e sobrevivências dos instrumentos usados nesses períodos (cítola, rebeca, alaúdes, flautas, gaitas de foles, charamelas, percussões). Consoante os contextos, pode adoptar a formação que lhe seja mais apropriada: instrumentos “altos” (gaitas de foles, charamelas e percussões) para música de exterior, ou canto e instrumentos “baixos” para atuações em espaços fechados.

Louçanas – Grupo de vozes femininas que se juntou com o objetivo de divulgar o repertório de música antiga através da voz da mulher, um elemento fulcral na sociedade musical da época medieval e posteriores. A ideia surgiu espontaneamente, sendo um desejo já antigo de alguns elementos do grupo aos quais se juntaram outros que partilham a mesma vontade e desejo desta experiência. As diversas experiências e formações permitiram a constituição de um grupo diversificado mas com um gosto comum, o de utilizar a Música como meio de divulgação, não só do repertório medieval e renascentista, mas igualmente do papel de um grupo da sociedade desse tempo e da sua importância no contexto histórico em diversos aspetos.

Rita Fontes – Bailarina e professora de Dança Oriental e Fusão. Nas feiras medievais, onde participa há 10 anos, com diversos grupos, foi desenvolvendo uma linguagem singular, onde se encontram elementos da Dança Árabe, Indiana e Cigana. Podemos vê-la no vídeo que editamos no final deste post.

Saltimbanco da Charneca – Um bufon que salta gargalhadas através de malabarismos, hipnotismos, magias ilusórias, acrobacias, onde o amor e o humor estão presentes. A participação do público é uma constante no seu percurso e nos seus espetáculos.

Strella do dia – Fundado na alvorada do presente milénio, os Strella do dia têm vindo a desenvolver um trabalho pioneiro relacionado com a pesquisa e interpretação musical na vertente da recriação histórica, mais precisamente com a época Medieval.
Ao longo de mais de 10 anos de existência, e com uma presença assídua nos maiores festivais de recriação histórica não só em Portugal como no estrangeiro, o grupo português Strella do Dia, é actualmente uma referência a nível Europeu. 

Com a utilização de instrumentos como a gaita-de-foles, tarota, gralla, chalumeau, corno, timbalão, darbuka, bendir, crótalos, alaúde árabe, baglama, harpa e as flautas, a música torna-se plena em metamorfoses.
O repertório é retirado de documentação musical sobrevivente tais como: Cantigas de Santa Maria, Llibre Vermell de Montserrat, a compilação Carmina Burana, repertório tradicional e danças medievais como as "estampidas", "ductias", "saltarellos", entre outros.

Discografia:
“Sacrus Profanus” 2009 
"Equinox" 2012


Teatro de Boca – Grupo de Teatro criado e dirigido por Tânia Leonardo, em Setembro de 2012 na Sociedade de Instrução e Recreio OS PIMPÕES.

O Teatro de Boca resulta da necessidade de Criação Artística numa perspetiva de futuro profissional; explorar, experimentar, praticar; onde, todos os atores, neste caso, atrizes, estão a iniciar a sua carreira nas artes cénicas."

Nome da Performance: Bruxas de Boca

Elenco: Ester Marques (Curandeira); Mariana Constantino (Sedutora); Rita Vicente (Loucura) e Vânia Dinis (Mau Olhado)

Direção: Tânia Leonardo


Teatro Fabulatore – O TEATRO FABULATORE é criado para divulgar as artes cénicas do período medieval.
Os Contadores de Histórias; o Teatro de Bonifrates e recentemente com alunos da Escola Secundária Homem Cristo produzem um espetáculo de “FAVOLE RAPRESENTATIVE” numa linha de Commédia Del’ Art trazendo ao universo medieval as origens de tão ancestral arte, apresentando um Cannovacio inspirado em Flaminio Scala “LA SPOSA” que marcará presença na Feira Medieval de Óbidos.

Umbigo – A umbigo - companhia de teatro é uma estrutura na área das artes cénicas, que desenvolve produções de espetáculos, animações e formações, entre outras atividades culturais, sediada em lisboa. Este ano estaremos, com todo o prazer, a partilhar o nosso trabalho, no Mercado Medieval de Óbidos.
umbigo, todos temos um. este é o nosso.

Velha Gaiteira – Velha Gaiteira nasceu no Paúl com o intuito de divulgar a gaita de fole transmontana e as percussões tradicionais da Beira Baixa. É um projecto de raiz tradicional cujo repertório serve como homenagem a todas as velhas gaiteiras que mantêm viva a musica enquanto veiculo de comunicação e expressão cultural e identitaria. Os seus temas originais partem deste universo rural e pastoril para um novo caminho desbravado todos os dias ao som da gaita, da caixa, do bombo e dos adufes. 


Lembramos que o próximo domingo, 4 de Agosto é o último dia desta iniciativa.

Informação adicional pode ser encontrada AQUI

AS NOSSAS FOTOS

O Cortejo através da mui nobre e sempre leal vila d'Óbidos - que se realiza de 5ª feira a sábado sempre às 18h00 a abrir o Mercado e ao domingo às 12h00 repetindo-se às 18h00...
Para começar, há uma livraria dentro daquela igreja - no âmbito da iniciativa Óbidos Vila Literária...
Voltaremos a estas livrarias - no plural, porque há várias - noutra altura.

Este senhor vestido branco e de barbas brancas é, nem mais nem menos que Francisco Salvador (aqui como o cavaleiro templário Dom Francisco de França) que foi adjunto do Presidente da Câmara de Óbidos e responsável pela Associação de Turismo de Óbidos, tendo sido o mentor e responsável pela criação deste Mercado Medieval. Actualmente reformado, passou a integrar esta recriação da Idade Média, como membro da Associação Companhia Livre, tendo sido também eleito Presidente da Federação Portuguesa de Esgrima Histórica... 
É ele quem, diariamente, medeia os duelos, a cavalo e apeados, entre a Casa de Portucalle e a Casa de Leon...

A bailarina Rita Fontes...


Aspectos do recinto

A padaria...

Este porco no espeto não nos convenceu muito... isto depois de termos provado (ou seja, comido à fartazana) um outro porco no espeto, em 2004, na vila de Fratel (perto das Portas de Ródão) que era aspergido com um ramo de ervas aromáticas, que primeiro era mergulhado num balde com um molho secreto... e que foi das melhores coisas que "degustámos" até hoje.

(continua...)

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